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LENDA DE XANGÔ


Xangô, quando viveu aqui na Terra, era um grande Obá (rei), muito temido e respeitado. Gostava de exibir sua bela figura, pois era um homem muito vaidoso.
Conquistou, ao longo de sua vida, muitas esposas, que disputavam um lugar em seu coração.
Além disso, adorava mostrar seus poderes de feiticeiro, sempre experimentando sua força.
Em certa ocasião, Xangô estava no alto de uma montanha, testando seus poderes. Em altos brados, evocava os raios, desafiando essas forças poderosas. Sua voz era o próprio trovão, provocando um barulho ensurdecedor. Ninguém conseguia entender o que Xangô pretendia com essa atitude, ficando ali por muito tempo, impaciente por não obter resposta. De repente, o céu se iluminou e os raios começaram a aparecer. As pessoas ficaram impressionadas com a beleza daquele fenômeno, mas, ao mesmo tempo, estavam apavoradas, pois nunca tinham visto nada parecido.
Xangô, orgulhoso de seu extremo poder, ficou extasiado com o acontecimento. Não parava de proferir palavras de ordem, querendo que o espetáculo continuasse. Era realmente algo impressionante!
Foi, então, que, do alto de sua vaidade, viu a situação fugir ao seu controle. Tentou voltar atrás, implorando aos céus que os raios, que cortavam a Terra como poderosas lanças, desaparecessem. Mas era impossível – a natureza havia sido desafiada, desencadeando forças incontroláveis!
Xangô correu para sua aldeia, assustado com a destruição que provocara.
Quando chegou perto do palácio, viu o erro que cometera. A destruição era total e, para piorar a situação, todos os seus descendentes haviam morrido. Ao ver que o rei estava muito perturbado, seu próprio povo tentou consolá-lo com a promessa de reconstruir a cidade, fazendo tudo voltar ao que era antes. Xangô, sem dar ouvidos a ninguém, foi embora da cidade.
Ele não suportou tanta dor e injustiça, retirando-se para um lugar afastado, para acabar com sua vida. O rei enforcou-se numa gameleira.
Oyá, quando soube da morte de seu marido, chorou copiosamente, formando o rio Niger. Ela, que tinha conhecimento do reino dos eguns, foi até lá para trazer seu companheiro da morte, que veio envolto em panos brancos e com o rosto coberto por uma máscara de madeira, pois não podia ser reconhecido por Ikú, o Senhor da Morte.
Xangô ressurge dos mortos, tornando-se um ser encantado. E foi assim que surgiu uma nova forma, ou qualidade, desse orixá, a qual chamamos Airá. Essa variação da essência de Xangô adotou, além do vermelho, a cor branca.
Outra lenda nos dá conta que Xangô, com sua irresistível aparência, atraía muitas mulheres. Era muito vistoso, com seus cabelos trançados e os enfeites de cobre em seu corpo. Possuía muitas esposas, como Obá e Oxun.
Oxun era a mais bela esposa de Xangô, muito mais vaidosa do que ele, dispensando grande parte de seu tempo para enfeitar-se e, assim, poder agradar seu amado.
Xangô apreciava muito sua companhia e o esforço que fazia para fazê-lo feliz.
Obá não tinha o mesmo tratamento, por isso, sentia-se rejeitada. Ela era muito possessiva em seus relacionamentos e não suportava mais essa situação.
Oxun havia percebido que Obá a invejava e queria roubar-lhe o companheiro. Muito faceira e com ares de superioridade, começou a contar vantagens para a rival, que fingia não se importar. Dizia que Xangô adorava um certo quitute preparado com um ingrediente muito especial: um pedaço de orelha.
Obá acreditou nela, pois, naquele momento, Oxun estava com um torço amarrado na cabeça. Embora parecesse estranho, devia ser tudo verdade, pois Xangô estava enfeitiçado por Oxun.
Juntando muita coragem e determinação, Obá cortou fora sua orelha para preparar o tal prato.
Xangô chegou bem na hora e viu o sangue que escorria da cabeça de Obá. Preocupado, quis saber o que havia acontecido com ela. Quando soube do acontecido, ficou enfurecido com Obá, por pensar em oferecer-lhe uma comida tão esquisita!
Percebendo a mentira de Oxun, saiu furiosa à sua procura para ajustarem contas.
Xangô separou as duas rivais, que se transformaram em rios. Obá foi embora desse reinado e nunca mais voltou.

Xapanã ganha o segredo da peste na partilha dos poderes



Olodumarê, um dia decidiu distribuir seus bens.
Disse aos seus filhos que se reunissem e que eles mesmos repartissem entre si as riquezas do mundo.
Ogum, Exú, Orixá Ocô, Xangô, Xapanã e os outros orixás deveriam dividir os poderes e mistérios sobre as coisas na Terra.
Num dia em que Xapanã estava ausente, os demais se reuniram e fizeram a partilha, dividindo todos os poderes entre eles, não deixando nada de valor pra Xapanã.
Xangô ficou com o trovão, Oxóssi recebeu as matas, Ogum quis os metais, Yemanjá ganhou o mar.
Oxum o ouro, Yansã escolheu os  raios, Oxumaré ficou com o arco-íris; levaram também a chuva, Oba ficou com as águas dos rios revoltos os campos cultivados.
Tudo foi distribuído entre eles, cada coisa com seus segredos, cada riqueza com o seu mistério.
A única coisa que sobrou sem dono, desprezada, foi a peste.
Ao voltar, nada encontrou Xapanã para si, a não ser a peste, que ninguém quisera.
Xapanã guardou a peste para si, mas não se conformou com o golpe dos irmãos.
Foi procurar Orunmilá, que lhe ensinou a fazer sacrifícios, para que seu enjeitado poder fosse maior que o do outros. Xapanã fez sacrifícios e aguardou.
Um dia, uma doença muito contagiosa começou a espalhar-se pelo mundo.
Era a varíola. O povo, desesperado, fazia sacrifícios para todos o orixás, mas nenhum deles podia ajudar.
A varíola não poupava ninguém, era uma mortandade.
Cidades, vilas e povoados ficavam vazios, já não havia espaço nos cemitérios para tantos mortos.
O povo foi consultar Orunmilá para saber o que fazer.
Ele explicou que a epidemia acontecia porque Xapanã estava revoltado, por ter sido passado para trás pelos irmãos. Orunmilá mandou fazer oferendas para Xapanã.
Só Xapanã poderia ajudá-los a conter a varíola, pois só ele tinha o poder sobre as pestes, só ele sabia os segredos das doenças.
Tinha sido essa sua única herança.
Todos pediram protecção a Xapanã e sacrifícios foram realizados em sua homenagem.
A epidemia foi vencida.
Xapanã então era respeitado por todos.
Seu poder era infinito, o maior de todos os poderes.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001

Ogum torna-se o rei de Irê.



Quando Odudua reinava em Ifé, mandou seu filho Ogum guerrear e conquistar os reinos vizinhos.
Ogum destruiu muitas cidades e trouxe para Ifé muitos escravos e riquezas, aumentando de maneira fabulosa o império de seu pai.
Um dia, Ogum lançou-se contra a cidade de Irê, cujo povo o odiava muito.
Ogum destruiu tudo, cortou a cabeça do rei de Irê e a colocou num saco para dá-la a seu pai.
Alguns conselheiros de Odudua souberam do presente que Ogum trazia para o rei seu pai.
Os conselheiros disseram a Odudua que Ogum desejava a morte do próprio pai para usurpar-lhe a coroa.
Todos sabem que um rei não deve ver a cabeça decapitada de outro rei.
Ogum não conhecia esse tabu.
Odudua imediatamente enviou uma delegação para encontrar Ogum fora dos portões da cidade.
Após muitas explicações, Ogum concordou em entregara cabeça do rei de Irê aos mensageiros de Odudua.
O perigo havia acabado.
Ogum fora encontrado antes de chegar ao palácio de seu pai.
Como Odudua queria recompensar o seu filho mais querido, presenteou Ogum com o reino de Irê e todos os prisioneiros e riquezas conquistadas naquela guerra.
Assim Ogum tornou-se o Onirê, o rei de Irê.
[ Lenda 32 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

Xangô torna-se Orixá


Xangô vivia em seu reino com suas 3 mulheres  Iansã, Oxum e Obá , muitos servos, exércitos, gado e riquezas,sempre preocupado em fazer guerra, procurava uma formula para derrotar seus inimigos.
Certo dia, ele subiu em uma colina, afim de testar  um novo feitiço que inventara.
Quando recitou a fórmula, ouviu-se uma série de estrondos muito fortes e muitos raios riscaram o céu.
Quando tudo se acalmou, Xangô olhou em direção à cidade e viu que seu palácio fora atingido.
Ele correu para lá e viu que não havia sobrado nada, e muitos de seus súditos aviam morrido.
Desesperado, Xangô se refugiou em um lugar distante, Iansã correu junto com ele, passado o tempo Xangô não conseguindo agüentar tanta tristeza, bateu com força brutal os pés no chão e afundou pela terra, indo para o Orum, Iansã fez o mesmo na cidade de Irá seguida por Oxum e Obá.
Desde então Xangô vive no trovão enquanto Iansã vive nos ventos e relampagos, Oxum e Obá correm com os rios, surgiram assim novos Orixás.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás – Reginaldo Prandi – 2001

Ogum dá ao homem o segredo do ferro.



Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade.
Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole.
Por isso o trabalho exigia grande esforço.
Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa.
Era necessário plantar uma área maior.
Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura.
Ossain, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno.
Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido.
Do mesmo modo que Ossain, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio.
Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno.
Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão.
Ogum respondeu que era o ferro, um segredo recebido de Orunmilá.
Os Orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os Orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si.
Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente.
Ogum aceitou a proposta.
Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro.
E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua lança de ferro.
Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador.
Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada.
Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho.
Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado.
Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los.
Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu.
Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu.
Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogum.
Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum.
Ogum é o senhor do ferro para sempre.
[ Lenda 31 do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

Lenda de Obaluayê e Iansã


Iansã era uma mulher muito curiosa, de todos queria noticias e tudo queria saber.
Apenas um segredo havia que ela já fizera de tudo para descobrir e não conseguira.
Era o fato de Obaluayê andar coberto de palha, apenas se viam seus braços e pernas e nunca ninguém vira seu rosto.
Iansã perguntava a todos o porquê disso e sempre lhe diziam que como tinha o corpo e o rosto coberto de chagas, ele não gostaria de mostrar ao mundo a sina que o acompanhava.
Essas explicações vindas de todos os lados a deixavam mais curiosa ainda.
Passou a perseguir Obaluayê obsessivamente, aonde ele ia, disfarçadamente ia atrás.
Um dia quando estava quase desistindo, sentia-se cansada o rapaz andava muito, sentou-se aos pés de uma grande árvore e adormeceu. Acordou com o ruído do farfalhar de palhas que sempre acompanhava seu perseguido que estava molhando os pés num pequeno riacho muito perto dela e não a tinha percebido.
Era a hora!
Finalmente descobriria o que há meses a torturava.
Ergueu as mãos para o céu e chamou pelos ventos que sempre a auxiliavam.
Eles vieram e numa lufada forte envolveram Obaluayê, que despreparado, não pode impedir que a palha se levantasse deixando seu corpo exposto.
Qual a surpresa de Iansã ao ver que debaixo da vestimenta não havia uma só chaga, mas sim uma beleza radiosa, todo o corpo do rapaz brilhava numa cor de cobre que o sol acentuava.
O que ele escondia não era a vergonha de um corpo disforme e sim a beleza infinda que a todos faria inveja.
Desse dia em diante Iansã não mais perseguiu Obaluayê, mas sempre que o encontrava suspirava pela beleza que nunca mais esqueceu.


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Lenda de Obá


Obá nasceu e cresceu grandalhona e desajeitada.
Devido a isso se tornou tímida fugindo do contato com todos.
Para compensar esse lado tão arredio de sua personalidade, tornou-se uma lutadora feroz.
Lutava por prazer e nesses momentos se sentia a melhor e mais bonita das mulheres.
Os embates em que ela participava eram disputados, todos queriam assisti-la em ação.
Não escolhia adversários, derrubava homens e mulheres com a mesma naturalidade.
Cada vitória era ovacionada por dezenas de pessoas e assim sua fama de campeã acabou rompendo os limites de sua tribo indo parar em terras distantes.
Ogum, o grande guerreiro de terras vizinhas, ficou extremamente perturbado com a fama daquela mulher e resolveu ver de perto se ela realmente merecia o que dela se falava.
Disfarçado, pois era muito conhecido nos campos de luta, observou vários desafios enfrentados por Obá e ficou abismado com a facilidade com que ela vencia.
Era uma mulher grande sem traços de beleza, mas com uma altivez que mexeu com o rapaz Sem pensar duas vezes desafiou- a.
Ela ficou espantada, pois não imaginava uma luta com o grande Ogum conhecido por suas vitórias, mas aceitou sem pestanejar, confiava em si.
Marcaram a contenda para alguns dias adiante o que daria tempo a Obá para que descansasse.
Novamente disfarçado Ogum seguia o treinamento da moça e a cada vez se espantava mais.
Após o terceiro dia começou a temer uma possível derrota, isso seria absurdo e seu nome seria jogado na lama.
Incomodado com esses pensamentos resolveu procurar por um babalaô a quem pediu algo que o fizesse ganhar a luta com certeza.
O adivinho mandou que ele preparasse muitos quiabos com milho, socasse-os no pilão até formar uma pasta grossa e a levasse para o local.
No dia marcado, Ogum chegou bem cedo e no canto destinado a Obá, espalhou a pasta.
Cobriu com folhas todo o circulo assim ninguém veria a artimanha empregada.
Logo que o dia amanheceu as pessoas começaram a chegar, eram muitas, vindas de diversas partes, ambos ficaram muito conhecidos e seria uma grande luta.
A deusa das águas revoltas em minutos mostrou sua superioridade.
Era quase certa a derrota de Ogum, este já adivinhando o final, aproveitou-se de um descuido da mulher e levou-a até a pasta preparada. Obá escorregou e caiu.
Imediatamente o guerreiro pulou para cima dela e a violentou.
A vergonha foi tamanha que ela fugiu e nunca mais foi vista na aldeia.
Foi assim que Ogum tornou-se o primeiro homem de Obá e o único a derrotá-la naquilo que ela fazia de melhor.

Lenda de Oxumaré



Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô).
O adivinho do rei Oni.
Sua única ocupação era ir ao palácio real no dia do segredo; dia que dá início à semana, de quatro dias, dos iorubas.
O rei Oni não era um rei generoso.
Ele dava apenas, a cada semana, uma quantia irrisória a Oxumaré que, por essa razão vivia na miséria com sua família.
O pai de Oxumaré tinha um belo apelido.
Chamavam-no “o proprietário do chale de cores brilhantes”.
Mas tal como seu filho, ele não tinha poder.
As pessoas da cidade não o respeitavam.
Oxumaré, magoado por esta triste situação, consultou Ifá, “como tornar-me rico, respeitado, conhecido e admirado por todos?
Ifá o aconselhou a fazer oferendas, disse-lhe “que oferecesse uma faca de bronze, quatro pombos e quatro sacos de búzios da costa.”
No momento que Oxumaré fazia estas oferendas, o rei mandou chamá-lo, Oxumaré respondeu: “Pois não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia.”
O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré, recriminou-o e negligenciou, até, a remessa de seus pagamentos habituais.
Entretanto, voltando à sua casa, Oxumaré recebeu um recado: Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo a respeito de seu filho que estava doente.
Ele não podia manter-se de pé.
Caía, rolava no chão e queimava-se nas cinzas do fogareiro.
Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum e consultou Ifá para ela.
Todas as doenças da criança foram curadas. Olokum, encantada por este resultado, recompensou Oxumaré.
Ela ofereceu-lhe uma roupa azul, feita de rico tecido.
Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo, sobre o qual Oxumaré retornou à sua casa em grande estilo.
Um escravo fazia rodopiar um guarda sol sobre sua cabeça e músicos cantavam seus louvores.
Oxumaré foi, assim, saudar o rei. O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe: “Oh! De onde vieste? De onde saíram todas estas riquezas?” Oxumaré respondeu-lhe que a rainha Olokum o havia consultado.
“Ah! Foi então Olokum que fez tudo isto por você!” Estimulado pela rivalidade, o rei Oni ofereceu a Oxumaré uma roupa do mais belo vermelho, acompanhada de muitos outros presentes.
Oxumaré tornou-se, assim, rico e respeitado. Oxumaré, entretanto, não era amigo de Chuva.
Quando Chuva reunia as nuvens, Oxumaré agitava sua faca de bronze e a apontava em direção ao céu, como se riscasse de um lado a outro.
O arco-íris aparecia e Chuva fugia.
Todos gritavam: “Oxumaré apareceu!” Oxumaré tornou-se, assim, muito célebre.
Nesta época, Olodumaré, o deus supremo, aquele que estende a esteira real em casa e caminha na chuva, começou a sofrer da vista e nada mais enxergava.
Ele mandou chamar Oxumaré e o mal dos seus olhos foram curados.
Depois disso, Olodumaré não deixou mais que Oxumaré retornasse a Terra.
Desde esse dia, é no céu que ele mora e só tem permissão para visitar a Terra a cada três anos.
É “durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas.”
(Do livro “Lendas Africanas dos Orixás de Pierre Fatumbi Verger e Carybé – Editora Currupio)

Lenda de Nanã



Nanã era considerada como a grande justiceira.
Qualquer problema que ocorria em seu reino, os habitantes a procuravam para ser a juíza das causas.
No entanto, Nanã era conhecida como aquela que sempre castigava mais os homens, perdoando as mulheres.
Nanã possuía um jardim em seu palácio onde havia um quarto para o eguns, que eram comandados por ela.
Se alguma mulher reclamava do marido, Nanã mandava prendê-lo chamando os eguns para assustá-lo, libertando o faltoso em seguida.
Oxalufã sabedor das atitudes da velha Nanã resolveu visitá-la.
Chegou a seu palácio faminto e pediu a Nanã que lhe preparasse um suco com igbins.
Oxalufã muito sabido fez Nanã beber dele, acalmando-a e a cada dia que passava ela gostava mais do velho rei.
Pouco a pouco Nanã foi cedendo aos pedidos do velho, até que um dia levou-o a seu jardim secreto, mostrando-lhe como controlava os eguns.
Na ausência de Nanã, Oxalufã vestiu-se de mulher e foi ter com os eguns, chamando-os exatamente como Nanã fazia, ordenando-lhes que deveriam obedecer a partir dali somente ao homem que vivia na casa da rainha.
Em seu retorno Nanã tomou conhecimento do fato ficando zangada com o velho rei.
Foi então que rogou uma praga no velho rei que partir dali nunca mais usaria vestes masculinas.
Por isso até hoje Oxalufã veste-se com saia cumprida e cobre o rosto como as deusas rainhas. …
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos.
Tentou fazer o homem de ar, como ele.
Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura.
De pedra, mas ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã.
Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou.
Com a ajuda dos orixás povoou a Terra.
Mas tem um dia que o homem tem que morrer.
O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.
Nanã deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é seu.
é.
Nanã era considerada como a grande justiceira.
Qualquer problema que ocorria em seu reino, os habitantes a procuravam para ser a juíza das causas.
No entanto, Nanã era conhecida como aquela que sempre castigava mais os homens, perdoando as mulheres.
Nanã possuía um jardim em seu palácio onde havia um quarto para o eguns, que eram comandados por ela.
Se alguma mulher reclamava do marido, Nanã mandava prendê-lo chamando os eguns para assustá-lo, libertando o faltoso em seguida.
Oxalufã sabedor das atitudes da velha Nanã resolveu visitá-la.
Chegou a seu palácio faminto e pediu a Nanã que lhe preparasse um suco com igbins.
Oxalufã muito sabido fez Nanã beber dele, acalmando-a e a cada dia que passava ela gostava mais do velho rei.
Pouco a pouco Nanã foi cedendo aos pedidos do velho, até que um dia levou-o a seu jardim secreto, mostrando-lhe como controlava os eguns.
Na ausência de Nanã, Oxalufã vestiu-se de mulher e foi ter com os eguns, chamando-os exatamente como Nanã fazia, ordenando-lhes que deveriam obedecer a partir dali somente ao homem que vivia na casa da rainha.
Em seu retorno Nanã tomou conhecimento do fato ficando zangada com o velho rei.
Foi então que rogou uma praga no velho rei que partir dali nunca mais usaria vestes masculinas.
Por isso até hoje Oxalufã veste-se com saia cumprida e cobre o rosto como as deusas rainhas. …
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o Orixá tentou vários caminhos.
Tentou fazer o homem de ar, como ele.
Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu.
Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura.
De pedra, mas ainda a tentativa foi pior.
Fez de fogo e o homem se consumiu.
Tentou azeite, água e até vinho de palma, e nada.
Foi então que Nanã veio em seu socorro e deu a Oxalá a lama, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nanã.
Oxalá criou o homem, o modelou no barro. Com o sopro de Olorum ele caminhou.
Com a ajuda dos orixás povoou a Terra.
Mas tem um dia que o homem tem que morrer.
O seu corpo tem que voltar à terra, voltar à natureza de Nanã.
Nanã deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é seu.

Lenda de Oxalá

No começo o mundo era formado somente por pântanos e água.


Os orixás todos moravam no céu e só desciam de vez em quando para correr e se divertir nas águas.
Olorum chamou então Oxalá e disse-lhe que gostaria de criar terra firme no mundo que afinal não tinha graça nenhuma era uma imensidão de água e nada mais.
Confiou-lhe então essa tarefa, já que ele era o seu primogênito.
Para a execução do feito, cedeu a Oxalá um pombo, uma galinha com pés de cinco dedos e uma concha de terra.
Ao chegar ao pântano, Oxalá depositou a concha e soltou o pombo e a galinha sobre a terra que imediatamente começaram a ciscar e espalhá-la por todo o espaço.
Em pouco tempo o barro transformou-se em solo e cobriu grande parte das águas.
Oxalá, voltando ao céu, apresentou-se a Olorum e transmitiu-lhe o sucesso da empreitada.
Este enviou um camaleão para ver se tudo estava a contento.
Estava.
A terra já era firme e poderia viver-se com segurança em sua superfície.
Esse local foi chamado de Ifé que quer dizer ampla morada.
Olorum então ordenou que seu filho descesse e plantasse árvores, o que ele fez com presteza.
Logo vieram as chuvas para regá-las, e assim, em quatro dias, foi criado o Ifé e tudo que nele existe.
Olorum deu ainda a Oxalá a honra de modelar o homem e a mulher feitos do barro do pântano.
Quando modelados, levou-os até Olorum que, soprando seu hálito divino, deu-lhes vida.
O mundo então se completara e todos louvaram e deram graças a Olorum e a Oxalá.
O homem, então, povoou a terra e passou a dar oferenda a todos os orixás que eram os senhores de cada segredo e cada mistério e, como sempre eram lembrados, nada deixava faltar aos homens.
Em certa ocasião, porém, os habitantes de Ifé perceberam que eram imortais, logo, não tinham que dar oferenda nenhuma a orixá nenhum, pois também eram deuses e essa falsa ilusão os deixou felizes e com enorme sentimento de liberdade, agora poderiam fazer de tudo, nada para eles era proibido, comparavam-se aos deuses e festejavam com alegria a grande descoberta.
Oxalá ficou muito magoado e deprimido com tais desmandos de seus filhos, abandonou a terra e foi morar no espaço sagrado junto com todos os orixás.
Lá chegando, pensou, pensou e chegou à conclusão que os homens tinham que ser castigados, assim aprenderiam que não podiam se comparar aos orixás.
Então criou Icu, a morte, e deu-lhe a tarefa de fazer morrer a todos.
Somente impôs uma condição: a morte pode levar qualquer um, sem exceção, mas a hora quem decide é Olorum. Icu mata, mas o mistério existente em torno do momento final pertence, exclusivamente, a Olorum.

No inicio sempre com Exu e sua proteção.



Exu não possuia riquezas, não possuia terras, não possuia rios, não tinha nenhuma profissão, nem artes e nem missão. Exu vagabundeava pelo mundo sem paradeiro. Então um dia, Exu passou a ir à casa de Oxalá. Ia à casa de Oxalá todos os dias. Na casa de Oxalá, Exu se distraía, vendo o velho fabricando os seres humanos. Muitos e muitos também vinham visitar Oxalá, mas ali ficavam pouco, quatro dias, sete dias, e nada aprendiam. Traziam oferendas, viam o velho orixá, apreciavam sua obra e partiam.
Exu foi o único que ficou na casa de Oxalá ele permaneceu por lá durante dezesseis anos. Exu prestava muita atenção na modelagem e aprendeu como Oxalá modelava as mãos, os pés, a boca, os olhos, o pênis dos homens, as mãos, os pés, a boca, os olhos, e a vagina das mulheres. Durante dezesseis anos ali ficou auxiliando o velho Orixá.
Exu observava, não perguntava nada Exu apenas observava e prestava muito atenção e com o passar do tempo aprendeu tudo com o velho. Um dia Oxalá disse a Exu para ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham à sua casa. Para ficar ali e não deixar passar quem não trouxesse uma oferenda a Oxalá.
Cada vez mais havia mais humanos para Oxalá fazer. Oxalá não queria perder tempo recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam. Oxalá nem tinha tempo para as visitas. Exu que tinha aprendido tudo, agora podia ajudar Oxalá. Era ele quem recebia as oferendas e as entregava a Oxalá. Exu executava bem o seu trabalho e Oxalá decidiu recompensá-lo. Assim, quem viesse à casa de Oxalá teria que pagar também alguma coisa a Exu. Exu mantinha-se sempre a postos guardando a casa de Oxalá. Armado de um ogó, poderoso porrete, afastava os indesejáveis e punia quem tentasse burlar sua vigilância. Exu trabalhava demais e fez sua casa ali na encruzilhada. Ganhou uma rendosa profissão, ganhou seu lugar, e sua casa. Exu ficou rico e poderoso. E ninguém pode mais passar pela encruzilhada sem fazer uma paga a Exu.




Os meninos que fizeram a morte dançar


Diz a lenda que os Ibejis, orixás gêmeos, viviam para se divertir, eram filhos de Oxum e Xangô.
Viviam tocando uns pequenos tambores mágicos que ganharam de sua mãe adotiva, Yemanjá. Nesta época Iku, a morte, colocou armadilhas em todos os caminhos e começou a comer todos os humanos que caiam em suas arapucas.

Homens, mulheres, crianças ou velhos, Iku devorava todos. Iku pegava os seres humanos entes do seu tempo aqui no Aye. O terror se alastrou pelo mundo.

Sacerdotes, bruxos, adivinhos, curandeiros se reuniram, mas foram vencidos também por Iku, e os humanos continuavam a morrer antes do tempo.

Os Ibejis, então, aramaram um plano para deter Iku. Pegaram uma trilha mortal onde Iku preparara uma armadilha, um ia na frente e o outro seguia atrás escondido pelo mato a pouca distancia. O que seguia pela trilha ia tocando seu pequeno tambor e tocava com tal gosto e maestria que a morte ficou maravilhada, e não quis que ele morresse e o avisou da armadilha. Iku se pôs a danças inebriadamente, enfeitiçada pelo som mágico do tambor. Quando um irmão cansou de tocar, sem que a morte percebesse o outro veio tocar em seu lugar. E assim foram se revezando, sem Iku perceber e ela não parava de dançar e a musica jamais cessava.

Iku já estava esgotada e pediu para parar, e eles continuavam tocando para a dança tétrica.

Iku implorava uma pausa para descanso.

Então os Ibejis propuseram um pacto. A musica cessaria mas Iku teria que jurar que tiraria todas as armadilhas.

Iku não tinha escolha, rendeu-se; os gêmeos venceram. Foi assim que ibejis salvaram os homens e ganharam fama de muito poderosos, por que nenhum outro orixá conseguiu ganhar akela peleja contra a morte. Os Ibejis são poderosos, mas os que eles gostam mesmo é de brincar.

 Ewá salva orumilá de iku

Na Nigéria, Abimbola publicou um itan Ifa (história de Ifa), falando que de carta feita estando Yewa à beira do rio, com um igba (gamela) cheio de roupa para lavar, avistou de longe um homem que vinha correndo em sua direção. Era Ifa que vinha esbaforido fugindo de iku (a morte). Pedindo seu auxílio, Yewa despejou toda roupa no chão, que se encontrava no igba, emborcou-o em cima de Ifa e sentou-se. Daí a pouco chega a morte perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição. Yewa respondeu que viu, mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifa saiu debaixo do igba e Yewa, são e salvo. Este, agradecido, deu a Ewa o dom da vidência. Logo Ewa pensou algo e Orunmilá deu-lhe imediatamente a resposta, antes que ela fizesse a pergunta: "Sim, dentro em breve você terá um filho." E este foi o segundo grande presente que Orunmilá deu a Ewa. Então, levou-a para casa, a fim de tornar-se sua mulher (24)... 


 Oxumaré esconde Ewá

Filha de Nanã também é Ewá. Ewá é o horizonte, o encontro do céu com a terra. É o encontro do céu com o mar. Ewá era bela e iluminada, mas era solitária e tão calada. Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, que arranjasse um casamento para Ewá. Mas ela desejava viver só, dedicada à sua tarefa de fazer criar a noite no horizonte, mandando sol com a magia que guarda na cabeça adô. Nanã porém, insistia em casar a filha.
Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê. O Arco-Íris escondeu Ewá no lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás do horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la. Assim os dois irmãos passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra. Onde ela faz a noite com seu adô.

Lenda De Obaluaê/omolu



 Filho de Nanã – que abandou por ser doente – foi criado por Iemanjá. É o irmão mais velho de Ossãe, Oxumarê e Ewá; Orixá fundamentalmente Jeje, mas louvado em todas as nações, por sua importância.
Conta-se que, uma vez esquecido por Nanã, fora criado por Iemanjá, que curou das moléstias. Cresceu forte, desenvolveu a arte da caça, tornando-se guerreiro e viajante.
Certo dia, numa de suas jornadas, chegou até uma aldeia, coberto de palha, como sempre viveu. Como todos conheciam sua fama, suas ligações com as moléstias contagiosas, foram barradas antes mesmo de penetrar na aldeia.
-Não o queremos aqui! -  disse o  dirigente da tribo.
- Mas quero apenas água e um pouco de comida, para prosseguir minha viagem. Apenas isso! – respondeu Obaluaê, ou melhor, dizendo Xapanã, nome pelo qual era chamado.
- Vá-se embora, Xapanã! Não precisamos de doença, nem de mazelas em nossa aldeia. Vá procurar água e comida em outro lugar!
E Xapanã, então foi sentar-se no alto do morro próximo. A manhã mal começara e ele ficou, sentado, envolto em palha da costa, observando a subida do sol.
O tempo foi passando, as horas foram-se passando e, ao meio-dia, exatamente, o Sol já escaldante, tornou-se insuportável. A água ficara quente, o alimento se estragava e toda a tribo se contorcia de dor, aflição e agonia. Xapanã a tudo observava, imóvel, como um totem, como um símbolo de palha.
Na aldeia um alvoroço se fez. Uns tinham dores na barriga, outros tinham forte dores de cabeça. Outros, ainda, arrancavam sangue da própria pele, numa coceira incontrolável. Outros agiam como loucos incontrolados. Aos poucos, a morte foi chegando para alguns.
Xapanã apenas assistia...
Parecia que o tempo havia parado ao meio-dia, mas, na verdade, foram três dias de sol quente, pois a noite não chegava. Era apenas sol durante todo o tempo. E durante todo o tempo a aldeia viu-se às voltas com doenças, loucura, sede, fome, morte!
Xapanã, inerte, via tudo, imóvel...
Não agüentando mais, e vendo que Xapanã continuava do alto do pequeno morro observando, o dirigente de aldeia foi até ele suplicar perdão, atirando-se aos seus pés.
- Em nome de Olorun, perdoe-nos! Já não suportamos tanto sofrimento! Tente perdoar, por favor, Senhor Xapanã! Tente perdoar!
De súbito, Xapanã levantou-se, desceu até a aldeia e pisou na terra. Tornou-a fria. Tocou na água, tornou-a também fria; tocou os alimentos e tornou-os novamente comestível; tocou a cabeça de cada um dos aldeões e curou-lhes a doença; tocou os mortos e fez voltar a vida em seus corpos.
Restaurada a normalidade, Xapanã pediu mais uma vez:
-Quero um pouco de água e alguma comida para prosseguir viagem.
Num instante foi-lhe servido o que de melhor havia em toda a aldeia. Deram-lhe, vinhos de palmeira, frutas, carne, legumes, cereais, enfim, o que tinham de melhor.
Voltando-se para os aldeãos, Xapanã deu-lhes uma lição de vida.
-Vivemos num só mundo. Sobre a mesma terra, debaixo do mesmo sol. Somos todos irmãos e devemos ajudar uns aos outros, para que a vida seja mantida. Dar água a quem tem sede, comida a quem tem fome é ajudar a manter a vida.
Voltou-se e partiu. Atrás dele o povo da aldeia gritava:
-Xapanã, Rei  e Senhor da Terra! Xapanã, Obaluaê! Xapanã, Obaluaê! Xapanã, Obaluaê!
Obaluaê que sua benção e proteção nos seja dada sempre!.